domingo, 26 de dezembro de 2004

Rio Dominado por Bandidos

Se você ainda duvida de que o Rio está dominado por bandidos, você teria ficado com menos dúvidas se tivesse testemunhado o show balas traçantes que ocorrreu sobre a favela da Rocinha ontem à noite. Logo após a ceia de Natal voltava para a Barra pela Lagoa-Barra e fui um dos que testemunhou o show. Ouve-se muito falar sobre balas traçantes nos céus do Rio, mas vê-las é chocante. Só achei o breve blip abaixo sobre este evento que deve ter sido testemunhado por milhares de pessoas dentro e fora da favela (na altura do hospital Miguel Counto, antes de chegar na Praça Sibélius, minha noiva e eu notamos pela primeira vez os 'pontos vermelhos' que cruzavam os céus). Note que a polícia não nega que houve disparos--somente diz que não houve "qualquer confronto".

A situação pelo país todo é muito preocupante, mas especialmente nas grandes metrópoles: Enquanto os bandidos se armam até os dentes nossos governantes, ao invés de credenciar civis que querem defender a vida e a propriedade, continuam com esta falsa e hipócrita campanha desarmamentista. A cada dia que passa o adiamento da reversão deste desequilíbrio de forças se torna mais e mais oneroso em termos de sangue e de recursos.
---------------------------------------------
25/12/2004 - 07h19m Globo On-Line
Traficantes teriam atirado para comemorar chegada do Natal
O GloboRIO - Motoristas que passavam na Auto-Estrada Lagoa-Barra ficaram assustados com o barulho do que pareciam ser tiros no início da madrugada nas proximidades da Rocinha. Segundo alguns motoristas, junto com os fogos, os bandidos efetuaram disparos de fuzil para comemorar a chegada do Natal. Segundo policiais militares do 23º BPM (Leblon) que participam da ocupação das Favelas da Rocinha e Vidigal não houve qualquer confronto na região.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

A Maluquice na Inglaterra Continua

Na Inglaterra--o modelo dos entreguistas desarmamentistas brasileiros--o governo praticamente extinguiu o direito à auto-defesa. Mesmo quem se defende dentro de casa corre sério risco de terminar enjaulado. E na rua, qualquer coisa que possa ser usada para autodefesa é contra a lei--com excessão de guarda-chuvas, chaves e bolsas! Bom, agora vão proibir a venda de facas para menores de 18. Os maiores de idade da ilha que se preparem pois logo será necessario uma 'licença' para as facas na cozinha. É como Konrad Adenauer uma vez disse: Deus limitou a inteligência do homem, mas não sua estupidez. Os ingleses estão provando isso e nós, brasileiros "espertos" que somos, estamos seguindo o exemplo.

terça-feira, 21 de dezembro de 2004

Não Conte Com o Governo Para Nada

O que este monstro estava fazendo nas ruas após um homicídio e três estupros?! Finalmente está preso, mas só após o estupro e assassinato de uma menina de classe média alta de Brasília. Este cara deveria estar apodrecendo numa prisão há anos. Enquanto o governo faz tudo para dificultar a defesa pessoal, pouco ou nada faz para apreender bandidos e mantê-los enjaulados. É sem dúvida mais fácil molestar pessoas de bem, além de dar a impressão de que "algo" está sendo feito por estes palermas.
------------------
O Globo 21/12/04
Investigação revela extensa ficha criminal do caseiro [que estuprou, matou e roubou estudante de Brasília]

O caseiro preservou o nome de quem o escondeu, afirmando que dormia na rua. Bernardino foi denunciado pela própria Adriana. Ela confessou à polícia de Brasília ter ajudado o caseiro a cometer o crime. O casal deve responder por homicídio triplamente qualificado.

O pai da vítima é diretor do tradicional colégio Marista de Brasília e a mãe é professora na mesma escola. Maria Cláudia Siqueira estudava pedagogia na Universidade de Brasília (UnB) e psicologia numa faculdade particular. Ela era sobrinha de Marisa Almeida Del?Isola Diniz, ex-diretora da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

As investigações sobre o paradeiro do caseiro trouxeram à tona uma extensa ficha criminal. A polícia descobriu, que, antes de ir para Brasília, em 2002, ele havia cometido um homicídio, uma tentativa de homicídio, assalto e três estupros, além de envolvimento com traficantes de áreas de risco em Salvador.

terça-feira, 7 de dezembro de 2004

Agora...

...O Globo anuncia que os roubos a ônibus e a pedestres subiram 151% e 55,7%, respectivamente, porém não menciona qualquer possível relação com o estatuto que desarma as vítimas. Em luz da entrada anterior, é fácil notar que o jornal é vergonhosa e escancaradamente parcial. Vai ser interessante observar o que estes cafajestes vão fazer com a aproximação da data do plebiscito sobre as armas. Se você acha que o nível de manipulação já está intolerável, prepare-se.
-----------------------------
12/07/2004
Roubo em ônibus foi o que mais subiu em outubro
Gustavo Goulart - O Globo

RIO - Seis dos dez tipos de crimes destacados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) na divulgação dos índices de criminalidade, sofreram aumento, comparando-se os dados dos meses de outubro deste ano com o de 2003. O que mais aumentou no período foi roubo em ônibus (151%). De 253 casos registrados em outubro de 2003, este ano foram 635, 382 a mais.

O roubo a pedestre vem em segundo lugar nesta modalidade de comparação. Houve 55,7% de aumento. Em outubro de 2003, foram registrados 1.457 casos. Este ano, foram 2.268 ou 811 casos a mais.

No quadro comparativo do período de janeiro a outubro, oito tipos de crimes apresentaram redução. Mas os casos de roubo a pedestre (18,2%) e latrocínio (3,2%) aumentaram. Foram mais 2.700 casos de roubo a transeunte.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

E Mais Tentativa de Lavagem Cerebral do Globo...

O famigerado O Globo publica hoje uma notícia de destaque na primeira página dizendo que "Desarmamento Reduz em 18% Homicídios em SP". A qualidade da reportagem é tão boa que o jornalista Flavio Freire esqueceu até de dar a fonte dos dados. Mas detalhes pouco importam quando o objetivo é tentar lavar o cérebro do povo, custe o que custar. Dentro do jornal O Globo ainda tem a cara de pau de tomar emprestado o título do livro do Prof. John Lott ("More Guns, Less Crime") para intitular a reportagem como "Menos Armas, Menos Mortes". No seu livro John Lott dá um show de análise estatística com regressões lineares de múltiplas variáveis independentes para controlar tudo mais que poderia afetar as taxas de criminalidade além das leis de liberalização do porte. Sua análise também incluiu 3.054 condados americanos e se estende por 18 anos (de 1977 a 1994). Mas o Flavio Freire, um cara que talvez nem saiba o que é uma variança--muito menos uma regressão linear!--nos dá que a lei do desarmamento, aprovada ano passado, em 12 meses reduziu os homicídios em São Paulo em 18%! Que desgraça que uma das 'grandes' instituições do país não passe de uma máquina de propaganda--e uma de quinta categoria. Isso não é liderança intelectual mas sim desonestidade intelectual (se é que há qualquer coisa de intelectual nO Globo). Seguem abaixo duas cartas de leitores (já disponíveis na Internet mas que sairão na edição de amanhã) que o jornal teve a felicidade de publicar. Se publicaram estas duas devem ter recebido umas 2.000 semelhantes.
-----------------------

É uma afronta à inteligência dos leitores a reportagem da primeira página do GLOBO de hoje (2/12). Será que os editores acham que seus leitores não sabem diferenciar correlação de causalidade? Se menos de 2% das mortes por armas são causadas por acidentes, e bandidos não entregam suas armas, como pode o jornal colocar um título enorme dizendo que os assassinatos caíram por causa do desarmamento? Os assassinos entregaram voluntariamente seus AR-15, uma arma que sempre foi ilegal, diga-se de passagem? O Estatuto do Desarmamento é uma farsa, inútil ao desarmar somente os cidadãos de bem.

RODRIGO CONSTANTINO DOS SANTOS (via Globo Online, 2/12), Rio

A parcialidade da reportagem sobre o desarmamento não condiz com a imagem de um jornal da envergadura do GLOBO. Sem um mínimo de embasamento e estatísticas confiáveis, a reportagem ofende aqueles que respeitam e compram diariamente a publicação. Que a instituição tenha uma visão a favor do desarmamento eu posso respeitar, porém a parcialidade no maior jornal do país é vista com desconfiança e espanto.

CLÁUDIO CISNE CID

Mais Regras Tolas Para os Súditos Brasileiros

"Para as duas entidades, a norma beneficia os fabricantes de cartuchos". Esses antiarmas são completamente pirados. Um limite de 300 balas por ano beneficia fabricantes de cartuchos?? Na época em que atirava regularmente havia pelo menos 300 balas rolando soltas na mala do meu carro. E já que nossos governantes não tem coisa melhor para fazer--mesmo num país onde uma das principais cidades já está em guerra civil--, só falta a criação de um banco de dados único para rastrear a compra de balas! E a recarga de balas, também será limitada à 300 cartuchos por ano? O exército tornará chumbo (que os atiradores derretem para fazer ponta de bala de recarga) um produto controlado? Seria engraçado se a gente não visse bala trassante nos céus do Rio toda noite. Agora, lembre-se que o governo já admitiu, através do ministro da justiça, que esta palhaçada toda de desarmamento civil não tem nada a ver com desarmar os bandidos. O objetivo é desarmar você! Diante desta admissão estas regras fazem algum sentido, pois desmuniciar os bandidos elas não irão. Afinal, munição para a Glock 19 e para o AR-15 não se encontra nas lojas de armas.
------------------------------
Para entidades, limite deveria ser de 50 cartuchos

Globo On-Line, 2/12/04

O Movimento Viva Rio e o Instituto Sou da Paz criticaram a decisão do ministro da Defesa, José Alencar, de permitir que cada dono de arma registrada compre até 300 balas por ano. As duas organizações, que estiveram na linha de frente da campanha pela aprovação do Estatuto do Desarmamento, disseram que o limite estabelecido para a compra de balas é alto demais, o que indica o afrouxamento do estatuto e abre novas brechas para o contrabando de munição.

--Se o cidadão tem uma arma para sua proteção, 50 balas são suficientes. O que o sujeito vai fazer com 300 cartuchos? Essa portaria é muito frouxa. Cinqüenta balas deveria ser o limite anual--afirmou Antônio Rangel, coordenador do programa de Controle de Armas, do Viva Rio.

Compra de balas poderia favorecer o contrabando

O ponto de vista é partilhado também pela Sou da Paz. Para o diretor-executivo da entidade, Deniz Mizne, a permissão para a compra de grandes quantidade de balas favorece o contrabando e pode, no futuro, ajudar a municiar criminosos. Ele argumenta que munição armazenada em casa pode ser roubada ou vendida no mercado paralelo. Ou seja, aumentaria a oferta do produto no mercado clandestino. Para as duas entidades, a norma beneficia os fabricantes de cartuchos, que querem aumentar o volume de vendas, mas contraria os interesses da segurança pública. ?

Essa decisão vai totalmente contra a lógica do desarmamento--disse Mizne.

A portaria que estabelece o limite de compra de balas foi publicada no Diário Oficial da União de ontem. Hoje o Viva Rio deverá enviar um parecer sobre o assunto aos ministérios da Defesa e da Justiça. A organização também critica a ausência de mecanismos de controle de venda na portaria de Alencar.

Cliente não precisará apresentar registro da arma

O texto da portaria não exige nem mesmo a apresentação do registro da arma do cliente interessado na compra de munição. Segundo Antônio Rangel, sem essas regras específicas de controle, uma única pessoa poderá comprar balas acima do limite com poucas chances de ser identificada. Bastaria adquirir a munição em diferentes lojas.

Deniz Mizne entende que essas modificações enfraquecem o Estatuto do Desarmamento, aprovado a duras penas no Congresso. O texto foi aprovado no fim do ano passado, apesar da forte resistência do lobby dos fabricantes de armamentos.

--Temos que ficar atentos a essas mudanças principalmente porque alguns setores do Exército foram contra o estatuto--afirmou Mizne.

sábado, 20 de novembro de 2004

Fantástico Artigo

Tão incrível quanto a lucidez deste artigo é o fato de que ele foi escrito por um jornalista da Globo. Você fica se perguntando se o Alexandre vai durar no emprego. A Globo tem um vice-presidente e dois jornalistas no conselho diretor do Viva Rio. É também a locomotiva do desarmamento dos honestos deste país, embutindo campanhas pró desarmamento civil em novelas, pixando críticos de leis antiarmas e dando exclusiva atenção aos argumentos a favor. Agradecimentos ao excelente fórum do Pela Legítima Defesa e ao José Carneiro.
--------------------------
Pura gozação

Alexandre Garcia - 17/11/2004

Brasília (Alô) ? Bandidos armados seqüestraram a mãe do genial atacante Robinho, do Santos. O delegado diz que ela provocou, ao circular num Mercedes Classe A.

Fico estarrecido ao constatar que a Lei das Armas ainda não foi aplicada aos bandidos. Só vale para a viúva, que entrega o revólver enferrujado do falecido. Disseram-me que os bandidos poderiam seqüestrar a velhinha, para tomar-lhe o revólver enferrujado. Mas nenhum bandido ainda fez isso. Porque todas as armas em uso por bandidos estão novas e bem lubrificadas. São automáticas, longas e de precisão. Nada de revólver velho. Engraçado. Disseram-me que a Lei iria diminuir o crime no Brasil, conforme as armas fossem entregues. Pois entregaram milhares delas e o crime aumentou. Acho que estão entregando do lado errado.

Semana passada, um senhor passeava com a filha no Rio de Janeiro, quando foi abordado por quatro assaltantes. Ele não havia entregue a arma, e reagiu, protegendo a filha. Matou três assaltantes e o quarto fugiu. O senhor tinha autorização para andar armado, porque é policial federal. Não sei por que me disseram que a pessoa desarmada tem mais chance de sobreviver a um assalto. No caso, os bandidos não sobreviveram. Na Austrália, depois que recolheram as armas das pessoas legais, as pessoas ilegais aumentaram em 80% os seus assaltos. Nos Estados Unidos, onde a Constituição garante a posse e o porte de arma, as estatísticas de crime per capita são infinitamente inferiores às brasileiras.

Dona Marina, mãe de Robinho, provocou o seqüestro, segundo o delegado. Ele disse que ela não deveria desfilar num carro como o Classe A. Pobre Dona Marina! Além de ter um filho pão-duro, pois deu a ela um carrinho que nos Estados Unidos o pai daria ao filho aprovado no vestibular, ainda ter de ouvir essa da polícia. E no cativeiro! Daqui a pouco todos seremos culpados dos assaltos que sofremos, pela imprudência de sairmos à rua. Onde já se viu? Quem mandou exercer sua liberdade e comprar um carro que, para a polícia, chama a atenção dos bandidos? Você é culpado de realizar o sonho de ter um Rolex no pulso. Eu sei, trabalhou anos para isso, mas você não pode. Você é o errado. Os bandidos é que estão certos. Se não estivessem certos, não estariam impunemente circulando nas ruas, respeitados e temidos.

E você não se escandaliza com isso? Dê uma voltinha, nas férias. Visite o Chile, ou a Espanha, Portugal, nossa avó-pátria; ou a bagunçada Itália, os Estados Unidos. Ande à vontade. Rolex no pulso; mãos no volante de um Mercedes 500. Pode aproveitar e olhar a paisagem. Você vai ver o que é segurança. Ah, lá eles têm dinheiro para dar segurança? Nada! O imposto é bem menor do que aqui, onde 40% da produção vão para o estado cumprir suas obrigações de dar segurança e justiça para todos e educação e saúde para quem precisa. Você não fica com a sensação de que estão nos gozando?

domingo, 7 de novembro de 2004

Três Bandidos a Menos

Maravilha de reação. Agora muito lamentável foi o policial contar o que os bandidos fizeram errado. Isso provavelmente vai custar a vida de alguns policiais. Infelizmente nossas policias adoram contar os detalhes sobre suas operações bem-sucedidas. É um enorme erro. Outro ponto: Uma pena que civis não possam fazer coisa igual legalmente. Já fui campeão de tiro e também já levei tiro (felizmente não me acertou). Cadê o meu porte? Bom, é verdade que não sou membro da casta governamental--sou um mero súdito, um zero à esquerda que dá dinheiro para o governo gastar. Faz sentido então eu não ter o direito que membros do governo têm de defender os próprios filhos na rua. O Brasil é um pais muito justo, e tem um governo realmente do povo.
-------------------------
Rio, 07 de novembro de 2004
O Globo
Escrivão da Polícia Federal reage a assalto e mata três no Rio Comprido

Alessandro SolerTrês ladrões foram mortos ao tentar assaltar um escrivão da Polícia Federal, na noite de sexta-feira, no Rio Comprido. O policial, que se identificou apenas como Coelho, reagiu a tiros à tentativa de roubo do seu carro, quando viajava na companhia do filho de 12 anos. Num cruzamento da Rua Campos da Paz, ele foi abordado por quatro rapazes, pelo menos dois deles armados. Ao fim do tiroteio, um deles conseguiu escapar. O escrivão contou que foi surpreendido pelos quatro bandidos e rapidamente retirado do veículo. O filho, liberado pelos assaltantes, correu para longe. O policial disse que se identificou após sair do carro. De acordo com ele, os ladrões, que já haviam entrado no automóvel, começaram a atirar. Protegendo-se atrás de um microônibus, o policial teria, então, revidado os tiros e acertado três bandidos. ? Eram inexperientes. Nem me revistaram ao me retirar do carro. Simplesmente foram pegando o celular, um anel, um relógio e entrando no carro. Quando eu já estava fora do veículo, mostrei o distintivo da Polícia Federal e eles atiraram. O que me rendeu, que estava na direção, conseguiu fugir porque tive problemas com o carregador da pistola ? contou Coelho, que em setembro foi vítima de um assalto em Jacarepaguá. O escrivão, campeão de tiro, não acertou uma única vez a lataria do seu carro, um Zafira. Já os vidros foram perfurados 17 vezes. O policial ainda levou os bandidos até o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Os ladrões estavam com um revólver calibre 38, pouca munição e uma mochila com roupas. Dois dos mortos tinham carteiras de identidade em nome de Luiz Alberto Pessanha Junior, de 19 anos, e Sidney de Souza Teixeira, de 24. O terceiro teria sido identificado por parentes no hospital como Bruno Guedes da Silva, de 22 anos. Nenhum deles tinha antecedentes criminais.

sábado, 30 de outubro de 2004

Só no Brasil

É 'impunidade' a melhor palavra para definir o Brasil? Ou seria 'insanidade'? Leia a notícia abaixo. Enquanto isso, o ministério público carioca denuncia os dois médicos que tentaram salvar a vida da cantora Cássia Eller. Assim se ocupa o MP da cidade brasileira em guerra civil. O balanço da guerra nesta manhã? Quatro PMs assassinados: dois em frente a UERJ (José Leonardo Ferreira Nobre e Luiz Valmir Leite Bastos), um em Realengo (Ronaldo Alvez de Sobral) e um em Ramos (André Ferreira).
-----------------
Atropelador depõe e é liberado por causa de lei que impede prisão em flagrante
Globo Online 30/10/04

CBNSÃO PAULO - Depois de prestar depoimento na Polícia Civil, Jefferson Jorge Bernardo, que atropelou 17 pessoas em frente a uma boate na Vila Olímpia, zona sul da capital, e ainda é acusado por duas testemunhas de ter praticado roubo momentos antes, na madrugada do dia 16 de outubro, aproveitou a lei que impede a prisão em flagrante de qualquer eleitor, e foi liberado. Devido ao segundo turno da eleição, nenhum eleitor pode ser preso em flagrante desde o último dia 26 até o próximo dia 2, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo a polícia, Bernardo não confessou o crime de roubo, mas como as duas testemunhas o reconheceram, sua situação se complica. Ele tem duas prisões decretadas, uma por roubo e outra por atropelamento. E tão logo termine o período eleitoral, afirma a polícia, os investigadores irão a sua procura. No atropelamento, a adolescente Priscila Maria dos Reis, de 16 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. Bernardo chegou a ser preso em flagrante por homicídio doloso, com intenção de matar, no dia do atropelamento. Ele fugiu sem prestar socorro e foi identificado pela placa do carro. De acordo com o delegado encarregado do caso, Bernardo reiterou no depoimento desta sexta-feira que o freio do carro falhou e que fugiu por medo de ser linchado. Para surpresa até mesmo do advogado dele, a juíza Kenarik Bouikian Felippe mandou soltá-lo, sob argumento de que ele não tinha antecedentes criminais e mantinha residência e emprego fixos. Alguns dias depois, a juíza voltou atrás e reconsiderou sua decisão, pois um outro juiz decretou a prisão dele.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Em Terra de Desarmado, Vale Tudo

Olha como é fácil atacar vários cariocas juntos, em público!
-----------------
Globo On-Line 17/09/04

Menores atacam no sinal

As mesmas caras, histórias semelhantes, propósitos diferentes. Em vez de menores dando show de malabares ou vendendo doces, os motoristas que passaram anteontem pelo Leblon, próximo ao Clube de Regatas do Flamengo, foram surpreendidos por uma gangue de jovens que, infiltrada entre outros pedintes, os atacou para roubar, quebrando os vidros dos carros com pedras e garrafas PET cheias de entulho. Levaram dinheiro e toca-fitas. A ação de cerca de 20 menores aconteceu pouco depois das 18h e alguns chegaram a temer que se tornasse um arrastão. Duas motoristas registraram queixa na delegacia. Como a delinqüência roubou a cena do problema social, a polícia endureceu ontem na repressão aos menores que vagam pelas ruas da Zona Sul. Até o fim da noite, 19 haviam sido detidos, a maioria menores de idade. Nove foram liberados. O comandante do 23 BPM (Leblon), Jorge Braga, mandou instalar na manhã de ontem um trailer que passará a funcionar por tempo indeterminado como um posto avançado na Praça Nossa Senhora Auxiliadora, quase na esquina com a Mário Ribeiro, considerado um ponto crítico para o policiamento. O trailer já esteve ali, mas fora transferido em junho para a Rua Timóteo da Costa, no Leblon, para coibir assaltos a apartamentos que aumentaram em maio.

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Caso do Charuto: Cidade Louca ou Abuso de Poder Racional? Infelizmente Ambos

Enquanto rola uma guerra civil aberta no Rio, onde cada dia é uma verdadeira roleta russa para todo cidadão--dentro ou fora de casa--, uma delegada cuja mãe se envolveu num bate-boca--por causa de um charuto!--acha natural o cerco que a polícia civil fez à churrascaria onde ocorreu o bate-boca. O trágico desta história é que ela demonstra mais uma vez que o policial age racionalmente ao se preocupar com leis pouco importantes (no final das contas o fumante estava numa área de fumo legal. Mas quem vai lá saber disso com as milhões de leis que temos?) enquanto leis sérias são violadas. Se você fosse um policial você perseguiria um motorista com um celular na mão ou um com uma Glock? No Brasil as pessoas acreditam que tudo se soluciona com mais leis, mas jamais consideram os custos, embutidos ou explícitos, que essas leis geram. Você vê isso o tempo todo. Um belo exemplo, não-relacionado à violência mas que me deixa doido, são as restrições às construções legais nas encostas do Rio, e o apoio que a elite carioca dá a tais restrições. Ora, se estas restrições só gerassem o benefício de morros verdes, sem custos para a sociedade, seria uma beleza. Mas obviamente este não é o caso. Além de suprimir a oferta de moradia formal, o que aumenta o seu custo e consequentemente a demanda pela alternativa--a favela--, você acha que agentes governamentais vão perseguir o Zé que vai erguer um barraco no morro? Claro que não. Os fiscais, racionalmente, tem todos os incentivos de perseguir as construções formais haja visto que elas envolvem muito mais dinheiro e certamente estão violando uma ou mais das quinhentas milhões de leis utópicas que temos. Então a escolha que temos não é entre montanhas verdes ou montanhas povoadas formalmente, mas sim entre montanhas favelizadas ou montanhas povoadas formalmente. Acho que no Rio você só vai encontrar meia dúzia de pessoas que entendem isso--incluindo na contagem o seu caro autor. É realmente o caso de uma elite que não pensa direito e o resultado é o atual Rio.
----------
Globo On-Line 9-9-04

O secretário de Segurança, Anthony Garotinho, determinou a instauração de inquérito para investigar por que seis patrulhas da Polícia Civil foram no domingo passado a uma churrascaria em Ipanema para intervir num bate-boca por causa de um charuto, envolvendo a mãe de uma delegada e o filho de um militar. "O inquérito da Polícia Civil vai apurar se houve abuso policial e, se houver irregularidades, eles serão punidos", disse Garotinho.A discussão aconteceu por causa da fumaça do charuto e envolveu a pedagoga Marina Muniz, mãe da delegada Monique Vidal, e o filho do coronel da Aeronáutica Hermano Sampaio. Seis patrulhas da Polícia Civil, sendo três da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), grupo de elite da corporação, foram parar na porta da churrascaria. O delegado Ricardo Martins, diretor do Departamento de Polícia da Capital, disse ontem, no entanto, que foi instaurado até agora apenas um procedimento para apuração preliminar. Segundo ele, só será instaurado inquérito caso fique comprovada qualquer transgressão. O delegado pediu informações ontem à 14ª DP (Leblon) e ao Centro de Comunicação da Polícia Civil para saber como as equipes da Core foram acionadas. "É prematuro fazer qualquer comentário. Há até agora muitas histórias", alegou Ricardo Martins. Monique Vidal, titular da 12ª DP (Copacabana), classificou como natural o cerco à churrascaria. O bate-boca começou no bar da churrascaria, onde é permitido fumar.

sábado, 11 de setembro de 2004

Mini-Prisões Para as Vítimas da Violência

Segue abaixo uma foto da reforma de segurança na casa dos meus avós--99 e 91 anos--, vítimas de dois assaltos a mão armada nos últimos seis meses, dentro da residência. Já que os nossos governos não cumprem uma função básica--manter os bandidos presos--, cada casa e prédio do Rio tem de ser uma mini-prisão para manter os bandidos "presos" do lado de fora. Agora os governos estão tentando tirar as armas de dentro dos lares. Sou só eu que tem a forte impressão de que nossos governantes estão do lado dos bandidos?



quinta-feira, 9 de setembro de 2004

Desarmando os elementos inofensivos

Veja como o Rio está ficando mais seguro com a compra de armas de civis pelo governo:

"O padre Agostinho Preto entregou uma espingarda de caça que pertencia à família dele. Além da arma do religioso, que celebra missas na Paróquia de São José Operário, também foram entregues dois revólveres (calibres 32 e 38) e uma carabina". (Globo Online, 9-9-04)

Essa notícia seria engraçada se não fosse pelo desperdício de dinheiro do contribuinte. Bom, mas se você acha que é uma boa se desarmar numa das cidades mais violentas do planeta, você pode também ligar para a polícia civil ir buscar suas armas. Nada como começar o seu desarmamento com este serviço especial a domicílio. Ligue para 3399-3326 para agendar o encontro.

sábado, 28 de agosto de 2004

Prestações de Contas do Viva Rio e o Verdadeiro Lobby Por Trás da Insegurança Pública

A prestação de contas do Viva Rio--entidade que lidera o desarmamento civil no Brasil em parceria com a Globo --sobre o ano de 2003 mostra que o total de doações internacionais para a entidade aumentou 64% em um ano, de $4.794.797 para $7.861.849. O segundo maior doador, com $1.737.445, é um órgão do governo britânico: Department for International Development (A prestação de contas descreve o doador como "DFID" somente. Em 2002 o governo britânico doou mais de um milhão de reais). As doações estrangeiras em 2003 representaram 46% do faturamento do Viva Rio, versus 27% em 2002. Ao contrário do ano passado, este ano a prestação de contas não explica como o dinheiro estrangeiro foi gasto. Em 2002 o Viva Rio gastou 83% das doações estrangeiras ($3.972.254) em campanhas para desarmar os brasileiros (leia-se "Segurança Pública e Direitos Humanos" na prestação de contas). Uma pena os jornais brasileiros estarem acobertando estes fatos.

sábado, 14 de agosto de 2004

"Todos Têm Armas"

Veja como uma população previne saques generalizados numa região devastada por um furacão sem pedir aos políticos (inutilmente) um policial em cada esquina. E o país em questão é muito mais rico que o Brasil. O artigo foi tirado do Yahoo News hoje e fala da destruição causada ontem a noite pelo furacão Charlie na região central da Florida:
[...]

He [Harry Thomas] spent the night at his friend's home but returned to the motel shortly after the storm passed on Friday to protect it from looters. "Everybody's got guns," he said.

Lines of ambulances raced into the area to transport patients from hospitals damaged by the storm. FEMA said the hurricane damaged or destroyed six hospitals in Florida.

In Port Charlotte, Terry Frye stood guard at his home on Harbor View Lane, where part of the roof collapsed and destroyed his wife's prized piano.

Frye, a Vietnam veteran, carried a 12-gauge shotgun and had a pistol tucked into his belt. He had scrawled "looters will be killed" on one side of his house and "Allstate," the name of his insurance company, on the other.

"It was a hell of a storm," said Frye, who stayed home during Charley's passage to protect the property while his wife went to a shelter.

quinta-feira, 12 de agosto de 2004

Tradição do Roubo

Se a casa de um desses futuros advogados for assaltada um dia, espero que ele se lembre de que o roubo é uma tradição brasileira que tem de ser cultivada! Note na última frase como funciona a mente dessa turma. A coisa fede.
--------------------------
Calote do Dia do Pendura acaba na delegacia (Globo On-Line)

É tradição: a 11 de agosto, Dia do Advogado, o almoço dos aspirantes à carreira fica por conta dos seus futuros clientes, os donos dos restaurantes. Ontem, no entanto, os estudantes que tentaram pendurar a conta no Giuseppe Grill, na Rua da Quitanda, não convenceram os policiais da 1 DP (Centro): depois de muita confusão, 19 dos 22 amigos que comemoravam o Dia do Pendura foram autuados por fraude e serão julgados por um Juizado Especial Criminal.

A confusão começou por volta das 16h, quando o grupo que havia chegado ao restaurante decidido a seguir a tradição terminou o almoço, cuja conta foi de R$ 1.218,36. Eles cantaram, fizeram discursos e anunciaram que não iam pagar.

O gerente Paulo Almeida, que está há 8 anos no ramo, afirmou que tão logo percebeu a intenção do grupo, perguntou se o encontro estava relacionado ao Dia do Pendura:

--Se eles tivessem assumido que iriam pendurar a conta, teríamos chegado a um acordo e oferecido um almoço com restrições, como já fizemos em outras casas da rede. Eles no entanto, não só negaram, como pediram bebidas alcoólicas e o que havia de mais caro no cardápio. Polícia leva acusados em 5 carros para a delegacia Os estudantes, que não quiseram se identificar, negam. Segundo eles, o gerente logo viu do que se tratava. Eles disseram que ao fim do almoço o restaurante teve as portas trancadas e os seus funcionários lançaram ofensas e agrediram um jovem do grupo. --Recolhemos R$ 220, mas eles não aceitaram. Nos chamaram de caloteiros, de ladrões e na discussão um dos funcionários agrediu um dos colegas do grupo. Não somos ladròes. Temos dinheiro, mas não concordamos com o valor que está sendo cobrado. Se eles quiserem, podem entrar com uma ação na Vara Cível argüindo seus direitos--alegou um dos jovens, pedindo para não ser identificado.

domingo, 8 de agosto de 2004

Perseguição de Condomínios e Outros Estabelecimentos

A notícia abaixo demonstra o que, visto de fora, é uma maluca priorização de recursos: numa cidade tomada por criminosos, a polícia federal persegue a segurança informal das vítimas (além disso, que diabos a polícia federal está fazendo se metendo num assunto de nível tão local?) Agora, tão trágica quanto essa notícia é o fato de que do ponto de vista da polícia, sua ação faz perfeito sentido. Afinal, se você fosse policial federal, você iria atrás dos bandidos armados de fuzil ou atrás dos seguranças dos condomínios de luxo da Barra da Tijuca? Note os termos do artigo: "Além de condomínios, também hotéis, casas de show e shoppings estão no alvo da polícia." A esta altura a política anti-violência do governo Lula está clara:
§1 - Realizar o desarmamento unilateral das pessoas de bem para que os bandidos possam roubar de tudo--desde jóias até fazendas--sem violência.
Parágrafo Único - Punir exemplarmente as vítimas que burlaram §1 e que ofereceram resistência aos bandidos, direta ou indiretamente.

PF ENQUADRA SEGURANÇA ILEGAL (O Globo On-line, 5/8/04)

Dois condomínios foram notificados ontem pela Polícia Federal por estarem usando segurança clandestina. Um deles é o Floresta Country Club, em Jacarepaguá, que teve um vigilante baleado na semana passada, supostamente ao reagir a um assalto à síndica Andrea Negri, na Barra da Tijuca. Durante o tiroteio, o aposentado Josias Tavares, que estava numa praça, foi morto por uma bala perdida. De acordo com a PF, havia 12 pessoas trabalhando, sem qualquer registro, como segurança no condomínio, que fica na Estrada de Jacarepaguá. Não foram encontradas armas. Também havia seguranças clandestinos no Pedra de Itaúna, na Avenida das Américas, na Barra.Outros dois condomínios fiscalizados, o Water Ways e o Barra Golden Green, ambos na Avenida Sernambetiba, também na Barra, não tinham irregularidades. Os dois trabalham com empresas particulares de segurança.

[...]

De acordo com o chefe de operações da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) da PF, delegado Alcyr Vidal, a fiscalização será permanente a partir de agora. Além de condomínios, também hotéis, casas de shows e shoppings estão no alvo da polícia. Segundo o delegado, o número de entidades com vigilância registrada na cidade é muito pequeno. [...]

sábado, 31 de julho de 2004

Devo desculpas aos caros leitores. Faz tempo que não atualizo nem o site, nem o weblog. Ao contrário do site do Viva Rio, que é financiado por milhares e milhares de reais de dentro e de fora do país, este site é um 'one-man show'. Qualquer um com um Q.I. com mais de dois dígitos sabe que essa história do 'lobby das armas' é papo para boi dormir. Lobby mesmo é o do entreguismo, que combina a rede Globo, o governo federal, o governo britânico e dezenas de outros grupos--palavras do próprio Viva Rio! Estive ausente por motivos pessoais: trabalho novo, duas mudanças nos últimos seis meses, muita viagem. Tentarei me dedicar.
* * *
Dia a dia estamos notando os efeitos da lei do desarmamento do governo Lula. A violência continua quebrando todos os recordes. Parece realmente não haver limite para o futuro da criminalidade no Brasil na medida em que ter uma arma legal em casa está se tornando mais e mais uma arte dos ricos ou daqueles que tem muito tempo à disposição. Na rua, só políticos, juizes e policiais podem carregar armas enquanto o resto anda a mercê dos bandidos. Não é nem mais preciso abrir os jornais--basta averiguar entre conhecidos, amigos e familiares quantos já foram vítimas da violência
* * *
É interessante: tenho amigos estrangeiros que acham que a nossa violência é fruto de "muita liberdade". Logo digo para eles que não--muito pelo contrário. Se nós tivéssemos no Brasil igualdade de liberdade, as coisas provavelmente estariam bem melhores. Eu só sairia de carro com uma MP-5 .40 no colo. Minha irmã poderia ir para o centro do Rio com um AR-15, dada a leveza da arma e do tiro. Meu irmão, que gosta de antiguidades, poderia andar com uma Thompson. O problema é que os que não cometem assassinatos, roubos e estupros em geral também não violam leis menos importantes, como as anti-armas. Portanto infelizmente nós não temos 'muita liberdade', mas sim uma liberdade extremamente limitada, da qual só criminosos e alguns agentes governamentais gozam--o resto da população o governo persegue e massacra com leis idiotas. E essa história de que 'seria o fim do mundo todos saírem armados' é uma tese que soa bem mas sem qualquer respaldo empírico. Em estandes de tiro do mundo todo casos de assassinato são raríssimos (a menos que o assassino também seja um suicida). Vermont é um dos estados mais pacíficos dos EUA e lá nem é preciso de licença para portar uma arma ocultada. A Suíça, onde todo homem tem de guardar em casa uma pistola ou fuzil, é um dos países menos violento do planeta.
* * *
A esquerda não acredita no 'trickle-down economics' do Reagan, mas curiosamente acredita em 'trickle-down disarmament'. O pior é que o primeiro comprovadamente funciona e o segundo até hoje é uma utopia que não funcionou na Inglaterra, não funcionou na Austrália e agora não está funcionando no Brasil.

terça-feira, 18 de maio de 2004

Roubando Doce de Criança

Numa terra onde quase civil nenhum anda armado, a onda agora são os mega-assaltos. Não há mais no Rio de Janeiro inteiro um só condomínio seguro. Os bandidos não só roubam, como voltam um mês depois para roubar de novo--dependendo do quão fácil foi o primeiro serviço. E mesmo numa situação como essa, você conversa com os cariocas e eles ainda acham que o bom mesmo é abrir mão do direito de autodefesa e se entregar as forças de segurança governamentais--apesar deles odiarem seus governantes! Você fica biruta tentando entender essa turma.
--------------------------------
Violência de volta ao Alto Leblon

Ana Cláudia Costa

O Alto Leblon voltou a ser alvo da violência. Seis homens armados de pistolas e revólveres assaltaram, no início da manhã de ontem, cinco apartamentos do edifício Green Hill, na Rua Timóteo da Costa. Os bandidos chegaram por volta das 5h30m. Um deles, com uma camiseta de entregador do GLOBO e alguns jornais nas mãos, rendeu o porteiro Marco Aurélio Souza, abrindo caminho para a entrada dos cinco cúmplices, todos usando luvas e toucas do tipo ninja. Os moradores foram sendo rendidos à medida que desciam. Depois de quase três horas, os criminosos fugiram num Corsa branco e num Palio prata, levando jóias, dinheiro, aparelhos eletrodomésticos e celulares. [...]

Foi o segundo prédio assaltado no Alto Leblon em menos de um mês. No último dia 8, cerca de 15 bandidos vestidos com uniformes da Light assaltaram um edifício na Rua Igarapava. Moradores ficaram trancados num quarto de empregada. Em março, um tiroteio entre um segurança e bandidos que tentavam roubar um carro levou pânico aos moradores da Rua Sambaíba, também no Alto Leblon. Apesar da troca de tiros, ninguém ficou ferido.

sexta-feira, 14 de maio de 2004

Sem Noção

Muito bizarra realmente a reação do nosso querido presidente à reportagem do New York Times. Para começar porque o Times é um dos jornais mais esquerdófilos da 'mainstream media' americana. Se ainda fosse um repórter do Wall Street Journal, seria até mais compreensível, mas um presidente de esquerda comprar briga com o Times mostra o quão sem noção das coisas nossos atuais governantes são. Além disso, o caso--ou melhor, a reportagem do alcoolismo do Lula--ganhou cem vezes mais notoriedade com a expulsão do Larry Rohter. A notícia já foi publicada até na home page do Yahoo entre as notícias de destaque.

sábado, 17 de abril de 2004

"Justiça Social" do Governo Lula

Globo On Line, 17 de Abril de 2004:

“Mércio Pereira disse que os índios cinta-larga podem ter cometido o crime em defesa da terra deles. Segundo o presidente da Funai, desde o ano passado os índios, a fundação e a Polícia Federal vêm tentando, sem sucesso, expulsar da área os garimpeiros que insistem na extração de diamante dentro da reserva indígena:

- Nós sentimos muito pelos que morreram, pelas famílias enlutadas por seus parentes. Mas nós também precisamos dizer ao povo brasileiro que os índios estão defendendo as suas terras. Os garimpeiros estão completamente ilegais - afirmou.”
--------------------------------------
Bom, então agora a posição do Governo Lula quanto a invasões de terra fica clara: Matar de uma só vez dezenas de garimpeiros invasores terra improdutiva é algo que tem lá sua justificativa. Agora, é completamente inaceitável um fazendeiro ousar oferecer ou planejar qualquer tipo de resistência às sistemáticas invasões orquestradas pelo MST--independente da sua fazenda ser produtiva ou não. O governo desarmará os que forem pegos planejando resistência e usará todos os recursos necessários para apreender e punir os que oferecerem resistência ao MST.

sábado, 10 de abril de 2004

Opiniões sobre a Guerra Civil do Rio

Os cariocas opinaram em massa no ‘Megafone’ do Globo On Line sobre a questão “O carioca está refém da violência. O que fazer?” Aqui vão umas respostas boas e umas idiotas:

Fugir.

SÓ UMA SOLUÇÃO : PENA DE MORTE. PODE NAÕ RESOLVER TOTALMENTE , MAS , QUE LIMPA...... LIMPA.

Três providências: cortar relações diplomáticas com o Paraguai implodir a ponte da amizade transferir a muralha da China para a fronteira Brasil-Paraguai. 90% das armas e drogas que invadem o país entram por essa fronteira. 90% dos problemas estariam resolvidos.

Resolvam aí mesmo e do jeito que puderem, só não continuem vindo aos montes para Florianópolis como já vem fazendo tantos cariocas, paulistas e gaúchos. Estão trazendo pra cá tudo do que fugiam!!! Esqueçam-nos!!!

Não eleger a Família Garotinho nem pra sindico de edifício nas próximas eleições...

CARIOCA MALANDRO E AQUELE QUE VAI ATE O AEROPORTO INTERNACIONAL E PEGA UM AVIAO RUMO AO EXTERIOR.PODE ATE SER PARA O IRAQUE,QUE AINDA ASSIM DEVE ESTAR MELHOR QUE O RIO DE JANEIRO, E ENQUANTO ISSO O SECRETARIO DE "INSEGURANCA" ANTHONY GAROTINHO DESCANSA EM ANGRA DOS REIS. V E R G O N H A!!!

Rezar... A essa altura só rezar... Se legalizar, que é a forma mais rápida de desmontar o esquema do narcotráfico, é impossível, então só rezando mesmo. A violência no Rio é basicamente o narcotráfico.

Quem disse? A afirmativa, em forma de manchete, não reflete a minha realidade! Vivo no Rio de Janeiro, há mais de 23 anos e, embora não seja carioca, não me sinto refém da violência. Poderiam me informar onde não há violência?

NADA DE ARMAS ** NADA DE ARMAS** NADA DE ARMAS

Ficar em casa vendo televisão. Tem um programa humorístico muito bom chamado Zorra Total. Só que não é o da Globo não, e sim as aparições do secretário de insegurança dando soluções aos crimes do Rio de Janeiro: a mansão da Barra, o tiro na faculdade e por aí a fora. Com certeza vamos rir muito!!!

A situação chegou a tal ponto que nós estamos sujeito a sermos mortos a qualquer momento. Os bandidos têm tanta certeza da impunidade que muitos deles preferem matar uma pessoa a deixar ela ir embora viva mesmo que ela tenha feito tudo o que eles mandaram. Chegou a hora em que o Estado não consegue mais defender os cidadãos de bem. Assim, tal qual no Velho Oeste americano, nós devemos fazer exatamente o contrário do que prega o governo do Estado, devemos nos armar e nos defendermos nós mesmos. Chega de passeatas para paz que de nada servem. Os bandidos não dão a mínima se 1.000, 10.000 ou meio milhão participaram de uma passeata pela paz. Nós devemos nos armar. A última linha de defesa de cada um é nós mesmos.

segunda-feira, 5 de abril de 2004

"Defendam-se com Armas!"--em Israel

Essa notícia do Globo On Line provavelmente não sairá na versão impressa. Afinal, já imaginou espalhar no Brasil a notícia de que há lugares no mundo onde o chefe de polícia diz que civis devem sair armados para combater a violência? Nunca!
----------------------------------------------------------
05/04/2004 - 10h45m
Polícia exorta israelenses a saírem armados no feriado da Páscoa

TEL AVIV - O comissário de polícia de Israel, Shlomo Aharonishki, disse nesta segunda-feira que israelenses com porte de arma dentro da validade devem carregar armas consigo durante o feriado da Páscoa judaica. A polícia aumentou a vigilância e o alerta para o feriado - que começa na noite de segunda-feira - enquanto todos os outros serviços de segurança de Israel aumentam seu nível de alerta contra o terrorismo. [...]

sexta-feira, 2 de abril de 2004

Uma Terra de Insanos

Bom, se você ainda não leu, leia. Mesmo assim é díficil acreditar. Só no Brasil.
----------------------------------------------------------
Justiça nega novo pedido de prisão de Jossiel

RJ TV

RIO - O assassino confesso do casal americano Zera Todd e Michelle Staheli, Jossiel da Conceição, foi libertado às 17h45m desta sexta-feira da 16ª DP (Barra) onde estava preso desde a madrugada de quinta-feira quando foi preso depois de invadir a casa do cônsul da Turquia, no condomínio Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca. O condomínio é o mesmo em que morava o casal assassinado. Ele trabalhava há três anos como caseiro do empresário Paulo Sérgio Alves Malta, vizinho de porta do executivo da Shell. O acusado foi solto por determinação da Justiça.

Na madrugada desta sexta-feira, o juiz Renato Ricardo Barboza negou o pedido de prisão preventiva do caseiro. Segundo o parecer do juiz, a prisão do suspeito é ilegal. Ele foi apresentado sem advogado de defesa e, de acordo com a lei, só a confissão não é suficiente já que não há provas e que ele não foi preso em flagrante. Além disso, o acusado tem endereço fixo, bons antecedentes e não tentou fugir após o crime.

No início da noite desta sexta-feira, a Justiça voltou a negar o pedido de prisão contra o acusado do crime, que deixou a 16ª DP (Barra da Tijuca) acompanhado por quatro defensores públicos para depor na Secretaria de Direitos Humanos.

De acordo com o advogado da família Staheli, são necessárias provas técnicas para que ele seja preso. A Secretaria de Segurança Pública pretende usar as imagens feitas, na quinta-feira, durante uma reconstituição não oficial do crime como prova para a Justiça.

No mesmo dia, a polícia apreendeu, no condomínio onde o casal morava, um pé-de-cabra com o qual Jossiel assegura ter golpeado o casal. A ferramenta,que teria sido usada para assassinar os americanos, estava escondido na caixa de luz da casa vizinha a dos Staheli e será periciada.

Durante a reconstituição do assassinato, o caseiro mostrou onde havia escondido a arma e entregou as roupas para a polícia. Segundo o coordenador de Polícia Técnica, Roger Ancillotti, será feito exame com luminol na roupa de Jossiel. Ele quer ainda fazer um exame de DNA no caseiro para comparar com o material genético colhido embaixo das unhas de Michelle.

quarta-feira, 31 de março de 2004

Pitboys

A barbárie nas boates e salões de festa da Zona Sul carioca, onde lutadores de classe média-alta impunemente quebram, surram e esfaqueiam por puro prazer, é evidência clara de que:
1. A violência está relacionada (causalmente) com o desequilibro de forças entre agressores e vítimas, não com a mera ausência de armas de fogo por parte dos agressores. Como disse Tucídides há mais de dois mil anos atrás: “Os fortes fazem o que podem, os fracos sofrem o que devem.” No caso dos pitboys o fato deles não usarem armas de fogo não criou paz nenhuma: o número de vítimas de lesão corporal grave nos últimos dez anos é um completo absurdo.
2. “Impunidade” é a palavra que define a justiça criminal estatal no Brasil. Isso cria várias conseqüências indesejáveis. Justiça privada, isto é, com as próprias mãos, é uma delas. A outra é criminalidade crescente. O caso dos pitboys também é um excelente exemplo: com os melhores advogados de defesa existentes, você conta nos dedos (talvez nos de uma mão) os agressores presos por mais de uma semana. E portanto a violência por parte deles só cresce.
3. Impunidade fomenta agressão em qualquer grupo social. Lamentavelmente nosso país tem muita miséria. Porém não sou um dos que aceita a história de que a pobreza é a raiz da nossa violência. Primeiro porque sugere que 'pobre' é sinônimo de 'ladrão' e que 'pobre honesto' é sinônimo de 'burro'--um monumental insulto à vasta maioria dos pobres, que são pessoas honestas (Até um ministro de estado já conseguiu dizer em público que imigrante nordestino em São Paulo acaba ladrão!). Segundo porque ninguém estupra, mata cruelmente ou pede um resgate de milhões para “colocar comida na mesa.” Terceiro porque miseráveis estão longe de ter o monopólio da criminalidade--e a perpetrada pelos pitboys, por mero prazer e não fome, é um dos contra-exemplos.

quinta-feira, 18 de março de 2004

“Power tends to corrupt, and absolute power corrupts absolutely.”
- Lord Acton (1834-1902)

Terça-feira fui uma das vítimas do abuso de poder dos agentes da Polícia Federal nos aeroportos do Brasil. Fora da área visível do saguão, onde os passaportes são vistoriados, não havia ninguém na fila e fui liberado em vinte segundos. Ou seja, minha espera e a de tantos outros por mais de duas horas foi pura extorsão. Foi uma belíssima demonstração de terceiro mundismo. Não podia faltar à demonstração os apadrinhados, cada um com um pistolão a tiracolo, que passavam na frente de mais de uma centena de pessoas esperando na fila--tudo sem explicações, naturalmente. Mas o mais interessante desta experiência é o contraste entre a intolerância do governo brasileiro para com a formação de monopólios na iniciativa privada e a ausência de condenação--nem mesmo verbal--do abuso do poder de um monopólio estatal. E o governo não só não condena seus agentes que abusam do poder de um monopólio estatal como ainda defende, através das suas propostas de desarmamento civil, premiar estes agentes com uma importante fatia de um novo monopólio--nada mais nada menos do que o da defesa armada da vida e da propriedade em todo território brasileiro!

É bom que o abuso tenha acabado--pelo menos temporariamente--mas por outro lado também seria bom que ele durasse um ano para que toda a nossa elite passasse pela tortura. Talvez assim ela se tornaria menos fã da insana proposta de desarmar os brasileiros de bem.

domingo, 7 de março de 2004

Globo Online: Possível Co-Réu de Crime é "Sortudo"

O Globo Online chama de ‘sortudo’ o possível co-réu num caso de adultério. É possível que alguns leitores concordem com a descrição (“Pô, mermão, que puritanismo todo é esse? Neguinho se deu bem.”). Meu objetivo não é argüir com essa gente mas sim documentar o que, a meu ver, é um sintoma claro do estado doentio da nossa sociedade, especialmente da carioca. Sem nem tocar na importante questão moral--ou falta dela--, meu ponto é que é inviável este nível de desrespeito às leis: ou nós as respeitamos ou as mudamos para que elas retratarem o encolhimento dos nossos valores. Abaixo da notícia incluí o respectivo artigo do Código Penal.

Globo Online, 7/3/04, primeiro parágrafo:
Os boatos tinham fundamento. Por trás da confusão conjugal de Luma de Oliveira e do bilionário Eike Batista também existe, sim, um bombeiro bonitão. É o que afirma reportagem publicada na "Veja" deste fim de semana. Segundo a revista, o sortudo seria o capitão José Albucacys de Castro Júnior, "carioca de 27 anos, 1,80 metro de altura e 80 quilos, que raspa os pelos do peito, usa calça justa e tem olhos azul-piscina".

Código Penal Brasileiro:
Art. 240 - Cometer adultério:
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses.
§ 1º - Incorre na mesma pena o co-réu.
§ 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o conhecimento do fato.
§ 3º - A ação penal não pode ser intentada:
I - pelo cônjuge desquitado;
II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente.
§ 4º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - se havia cessado a vida em comum dos cônjuges;
II - se o querelante havia praticado qualquer dos atos previstos no art. 317, do Código Civil.

sábado, 6 de março de 2004

Mais Cenas da Guerra Civil na Bagdá Carioca

(fotos de Michel Filho, Globo Online)



A sociedade carioca colhe os frutos da sua incapacidade de punir severamente aqueles que não merecem ou não podem viver entre pessoas de bem. Muitos outros fatores levaram a estas cenas e um deles é o esporte nacional predileto de interferir na iniciativa privada. Há décadas que os pobres não tem uma alternativa formal de moradia--não porque a iniciativa privada não tem interesse em oferecer tal alternativa, mas sim porque não tem como fazê-lo legalmente. Criaram-se então verdadeiras cidades informais onde o vácuo do nosso grotesco aparato estatal foi ocupado por criminosos. Estamos verdadeiramente diante de guerra, e não é possível vislumbrar uma melhora. As favelas só aumentam numa proporção direta com a crescente interferência governamental na construção civil--seja com leis ambientais dignas da Suíça, seja com tombamentos que tornam qualquer empreendimento uma verdadeira roleta russa, seja com uma justiça do trabalho que está tornando extremamente oneroso o uso formal de mão de obra--, nossas elites continuam achando lindo soltar qualquer bandido violento depois de cinco anos de prisão, e o Brasil se tornou um antro de ONGs entreguistas que influenciam diretamente nossas políticas sem arcar com um centavo dos custos. Isto sem considerar a ligação do Lula com a FARC--o grupo narcotraficante, terrorista e esquerdista colombiano sobre o qual nossa mídia e nossas elites têm feito um silêncio ensurdecedor. Até onde essa ligação limita a ação do governo contra os narcotraficantes brasileiros é um segredo digno de um assistente como o José Dirceu.

quinta-feira, 4 de março de 2004

Guerra Civil: A Batalha de Copacabana


Cenas do Rio de Janeiro em guerra civil, com uma população acuada, desprotegida e talvez convencida de que a solução seja se desarmar ainda mais. Para aqueles que não querem remar em direção à cachoeira, sugiro abandonar a canoa.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Rio Pela Paz

- Restaurante é assaltado em Copacabana

- Vila da Penha: motorista tenta evitar roubo e é assassinado

- Campo Grande: homem é baleado ao reagir a assalto

- Santa Cruz: homem morto a facadas

- Homem é morto em Bonsucesso

Este é um exemplo das notícias da violência do Rio na manhã de hoje, uma cidade onde é extremamente difícil ter uma arma legal dentro de casa e onde é praticamente impossível ter uma nas ruas. Os anti-armas, lendo estas manchetes, concluem que ainda não houve suficiente proibição para eliminar tanta ilegalidade, ignorando a gritante relação causal entre as proibições e a violência. O raciocínio dessa turma me lembra um dizer supostamente atribuído a Konrad Adenauer, primeiro chanceler alemão após a segunda guerra: Deus foi injusto pois limitou a inteligência humana, mas não sua estupidez.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

Mais Uma Vez: Manipulação Escancarada

Enquanto a Globo manda o elenco inteiro de uma novela das oito para uma passeata entreguista do Viva Rio--junto com uma enorme equipe de cinegrafia--, o maior conglomerado jornalístico do país não mandou sequer um trainee para a passeata do Movimento Chega de Impunidade, que houve sábado no Ibirapuera. Os organizadores, obviamente, notificaram a Globo, mas a arrogância da empresa não vê limites e ela nem sente a necessidade de manter uma imparcialidade aparente. A Globo fabrica um produto jornalístico que sai podre da planta, um produto corrompido não só na montagem, mas também na pesquisa & desenvolvimento, tudo sob as ordens de seus dirigentes. É uma vergonha para o país todo.

Uma das Grandes Falácias

Uma das grandes falácias atuais, repetida goebbelianamente pela Globo e outros manipuladores da opinião pública, é a de que civis não tem a capacidade de usar armas devidamente. Quando era menino-garoto, ia todo final de semana ao Clube de Tiro Guanabara, que ficava numa propriedade fantástica na beira de uma das lagoas da Barra da Tijuca. Num dos finais de semana, dois PMs apareceram e deram tiro com a gente. Naquela época não se temia a PM como se teme hoje--longe disso. Tinha entre 13 e 15 anos, e não fiquei nada impressionado com a habilidade dos PMs no estande de tiro. Mas isso, afinal, era de se esperar. Talvez seja seguro afirmar que o nosso grupo de tiro, que se compunha de cinco pessoas, consumia por ano mais munição do que um batalhão inteiro da PM. Além disso, nosso equipamento de tiro com certeza era superior.

Os entreguistas covardes então erram ao dizer que civis não têm a capacidade de usar armas de fogo devidamente. O que se pode dizer hoje é que civis não têm o treinamento devido para o uso defensivo de armas de fogo. Mas isto se deve exclusivamente aos próprios entreguistas covardes pois eles estão tornando impossível a prática legal do tiro. O esporte está se limitando àqueles com recursos e tempo para cumprir a montanha de exigências legais. A burocracia é uma maluquice pela sua natureza kafkaesca, pela ausência de benefícios gerados (exceto para os sanguessugas que vivem das exigências) e pelo seu contraste com o vale-tudo do crime, onde o uso de granadas e fuzis está se tornando comum.

Heróis sem Armas de Fogo

O motorista do empresário Concetto Mazzarella disse que o patrão “era muito corajoso e, se fosse necessário, enfrentava tudo”. Mazzarella foi enfrentar com uma faca duas bandidas na portaria do seu prédio no último sábado no Rio; teria deixado uma arma com a esposa e outra com o filho--segundo os jornais, as únicas na casa. Acabou assassinado. Os entreguistas de plantão, especialmente alguns empresários que pagam milhares de reais por mês para um exercito de capangas, vão usar este caso como um exemplo da necessidade de nos entregarmos nas mãos dos bandidos e do estado. Segundo estes covardes, estaremos mais seguros desta forma, apesar das evidências diárias do contrário. Não é confortante pensar que a polícia provavelmente confiscou as duas armas dos Mazzarella e que agora resta à família o uso de facas ou de armas ilegalmente emprestadas?

A meu ver, Concetto Mazzarella é um herói que foi morto em combate. Pena que ele não tinha uma Remington 870 para apreender as bandidas e defender sua vida de forma efetiva.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

Estatuto das Aberrações

Imperdível a análise do Estatuto do Desarmamento feita por Gilberto Thums (procurador de justiça do Ministério Público do RS, professor universitário e coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público). As absurdas distorções do Estatuto por ele destacadas deixam claro que a lei é um entulho legal que levará anos para os tribunais limparem e que, em muitos casos, será meramente ignorado (nas palavras do procurador: “Trata-se de fúria legislativa que vai superlotar ainda mais o sistema penitenciário com presos provisórios. Dificilmente essas regras terão aplicação integral”.) O site da APADDI merece crédito pelo destaque dado à análise. É leitura inteligente que comprova a estupidez sem limites dos anti-armas, gente que freqüentemente não consegue enxergar dois dedos diante do nariz.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

Mais Manipulação do Povo

A Rede Globo continua sua fraudulenta campanha de promoção do Estatuto do Desarmamento. Até aí nada surpreendente, já que o vice-presidente das Organizações Globo, José Roberto Marinho, é do conselho diretor do Viva Rio. Porém a maneira como a manipulação do público está sendo conduzida é uma coisa chocante para alguém com um pouco mais de educação. Hoje de manhã, por exemplo, o repórter Heródoto Barbeiro, da CBN, conduziu uma ‘rodada’ de ‘conferência’ dos resultados do Estatuto. Ele então perguntou a vários repórteres ao redor do Brasil, em seqüência e sem interrupções, o que aconteceu desde a promulgação da lei. “Aqui em Recife foram apreendidas X armas desde que a lei entrou em vigor e N pessoas foram presas”; “aqui no distrito federal, Y armas apreendidas, 20% a mais do que no mesmo período do ano passado”, etc. Porque então chamo isso de fraude? Bom, primeiro por que mesmo sob a lei antiga, estas armas teriam--ou deveriam ter sido--apreendidas. Tanto que nas comparações feitas com “o mesmo período do ano passado”, algumas davam um aumento e outras uma diminuição do número de armas apreendidas (caso do Rio de Janeiro, conforme comentário do próprio repórter da CBN entrevistado pelo Heródoto na seqüência). Segundo porque o número de pessoas presas não significa nada. Um dos primeiros casos divulgados com alarde de prisão sem fiança foi o de um sujeito que havia atirado para o alto para defender ele ou um amigo de um ataque. Sou contra atirar para o alto pois pode ferir alguém inocente, mas é muita estupidez prender sem fiança uma possível vítima de agressão num país onde não há recursos para prender criminosos violentos nem para mantê-los distantes da sociedade uma vez presos. Agora, a terceira e principal razão pela qual considero essa reportagem uma fraude é porque no fundo o que interessa é se a taxa de crimes violentos vai diminuir a médio e longo prazo. Porque que o número de armas apreendidas pode interessar se não temos idéia da quantidade de armas que estão sendo contrabandeadas para dentro do país? Mesmo assumindo que o estoque de armas ilegais esteja caindo (nada leva a crer que seja o caso), a situação não é necessariamente confortadora. Por exemplo, os bandidos, encorajados pelo desarmamento das vítimas, podem enfrentar a escassez de armas de fogo ilegais através de empréstimos e aluguéis. (Para as possíveis vítimas, no entanto, é mais complicado enfrentar a escassez de armas legais, pois elas precisam de uma arma ou de alguém armado disponível o tempo todo. Teoricamente uma solução seria o estado aumentar o efetivo policial na proporção inversa do estoque de armas legais. Isso não está acontecendo e provavelmente não vai acontecer, fora o fato de que essa solução torna o país um rebanho de ovelhas sob a guarda de um lobo. Outra solução é dividir esforços entre vizinhos para a contratação de segurança privada por tempo integral. Por moradia, a longo prazo, isso sai mais caro do que um revólver ou uma escopeta, fora o fato de que você não pode levar os seguranças numa viagem com a família.) Eles podem também usar outras armas, como gasolina & isqueiro, ácido, garrafas quebradas, facas, porretes, martelos, soco inglês etc. Muitas variáveis contribuem para a taxa de crimes violentos e o número de armas de fogo ilegais apreendidas não é necessariamente a variável de maior efeito-- longe disso. Os bandidos podem e provavelmente vão agir de forma mais voraz diante de uma população menos armada (em casa ou nas ruas), mesmo se o estoque de armas de fogo ilegais diminuir.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2004

Reciprocidade Contra Turista Americano: Tiro de 12 no Pé

Assim como alguns dos meus 17 leitores desse weblog, estou pasmo que o governo PT tenha escolhido externar seu anti-americanismo implementando a decisão do juiz de Mato Grosso. Esta é uma das formas mais estúpidas de fazê-lo. O princípio da reciprocidade deve ser sacado quando é de interesse do país. É de interesse do Brasil fazer turistas americanos esperarem entre uma e nove horas nos nossos portos de entrada como a recíproca de um rápido processo biométrico americano que supostamente afugenta o turista brasileiro daquele país? Isto, na prática, é o equivalente a embargar a entrada de todos os americanos no Brasil, porém feito de forma lenta, ao passo da difusão das notícias entre potenciais turistas americanos (ontem na página do 'Drudge Report', o site de notícias mais visitado nos EUA, com média de seis milhões de hits diários, havia um link para uma notícia da BBC que divulgava que as "medidas têm causado longas demoras para viajantes" e que "some incoming US flight passengers were delayed at the airport for up to nine hours while security officials ran identification checks"). O princípio da reciprocidade em relações internacionais nos permite agir, mas não nos obriga a agir. É absolutamente inacreditável que um juiz possa entender o contrário. É também inacreditável que o governo PT, veementemente contra a redução da maioridade penal, pois a última seria uma medida--adivinhem--"vingativa", sancione a vingança desse juiz. Esta medida mostra para mim outros aspectos inacreditáveis da nossa terra. Como pode, por exemplo, um juiz que não recebeu o voto de sequer um eleitor brasileiro reger e afetar de tal forma a relação entre o Brasil e outro país. (Isso ignorando o fato de que, no momento, este 'outro país' é a maior potência militar e econômica do planeta.) Como pode grande parte da população apoiar uma medida sem nenhum benefício prático, mas com altos custos tanto para as nossas polícias quanto para a indústria do turismo, num país onde os recursos são extremamente escassos, onde há milhões de crianças fora das escolas e onde a violência está totalmente fora de controle? Não defendo que as pessoas abram mão de princípios básicos na busca de recursos. Porém o princípio da reciprocidade não é um desses princípios básicos. Isto é conhecimento de todos. Quantos brasileiros se recusam a chamar o chefe de 'doutor' já que o chefe não é doutor em nada e não trata o empregado com igual reverência? Certo, o Brasil não é empregado dos EUA. Este exemplo é somente para mostrar que, mesmo no nosso dia-a-dia, outros princípios frequentemente tomam a frente em relação à reciprocidade. Por que as nossas elites, especialmente a intelectual, são unanimemente contra a pena de morte, mesmo contra sua aplicação nos casos onde o assassino demonstra crueldade e covardia sem limites? Certamente porque elas põem a reciprocidade de lado (no momento errado, a meu ver, mas é outro exemplo). Não faz então sentido aplicar a reciprocidade quando ela causa tamanho dano à indústria do turismo e quando ela desvia recursos importantíssimos da polícia federal para aplicá-los contra centenas de milhares de turistas americanos que anualmente vêm ao Brasil. É curioso até notar aqui o seguinte: na medida em que o sistema brasileiro é otimizado, ele perde ainda mais a razão de existir. Pois afinal o único benefício da medida é atazanar a vida dos americanos para se vingar das medidas de segurança do governo deles. A montanha de dados que recolheremos são praticamente de valor nulo para as nossas polícias. Sem atazanar os americanos, o único beneficio desaparece e só sobram os custos de operar esse maquinário nos portos de entrada do Brasil. Faz um mínimo de sentido investir na compra e manutenção dessa infra-estrutura portuária enquanto nossas polícias são incapazes de averiguar que o suspeito do assassinato de uma criança, detido na investigação, é um assassino condenado a 27 anos de prisão que fugiu após quatro meses na cadeia?