sábado, 10 de maio de 2003

A idéia do município do Rio gastar dezenas de milhões de dólares num Guggenheim enquanto a região metropolitana mergulha de cabeça numa guerra civil é uma das coisas mais irresponsáveis que eu já ouvi na minha vida. Enquanto o estado do Rio vai à Brasília pedir recursos do resto do país, a cidade joga dinheiro fora. Agora, pro prefeito Cesar Maia o projeto faz sentido pois essa será a sua pirâmide pra eternidade; o fato de que esse dinheiro poderia salvar milhares de vidas e educar milhares de crianças lhe importa menos.

Essa questão da escolha das leis a serem aplicadas é importante. As pessoas, e especialmente os políticos, com frequência apoiam a criação de novas leis--"temos de regulamentar isso", "temos de proibir aquilo". O problema é que novas leis restringem ainda mais os recursos limitados do estado; numa situação de guerra civil como a do Rio, ou elas destrõem o conceito de priorização ou são esquecidas. Ambos são resultados ruins pra sociedade: o primeiro destrai a polícia e o segundo denigre a importância do seguimento das leis.

Da mesma maneira que o governo brasileiro pune o cidadão que segue as leis, está claro que ele também pune policiais honestos. Se o policial faz de tudo pra entregar o bandido vivo na mão da justiça, em uma semana--ou no dia seguinte--esse bandido está nas ruas correndo atrás do policial. O policial honesto também tem de escolher entre correr atrás do pai de familia que dirige com um celular na mão ou do 'bonde' com vinte bandidos armados de fuzis, escopetas e pistolas. Os policiais honestos são mortos ou corrompidos. Os que perseveram na honestidade são heróis literalmente.

quinta-feira, 8 de maio de 2003

Resolvi começar esse weblog porque não estava fazendo sentido encher o livro de visitantes com mensagens minhas...