Robson Caveirinha, Sequestrador e Assassino, Morto
Robson Roque da Cunha, o Robson Caveirinha, condenado por sequestro e homícidio em 1990 e solto pela justiça em janeiro deste ano por já ter cumprido 1/3 da sua pena de 46 anos, foi morto pela polícia sexta-feira. Era um final previsível. A polícia sabe que se entregar à justiça um elemento desses vivo, ele em curto prazo será solto para matar civis e policiais. Então o jeito é prender o sujeito de preferência morto. Os que acham isso um horror--o fim do 'estado de direito'--devem se perguntar se é possível a existência do estado de direito num país onde pessoas condenadas por múltiplos crimes violentos são soltas pela própria justiça após 17 anos. Eu acredito fortemente que não. No Brasil não existe estado de direito porque o estado no Brasil existe para 1) sugar impostos do povo para alimentar a si próprio e para 2) guarantir a liberdade de bandidos e de inadimplentes. As pessoas de bem, que pagam suas contas e seus impostos em dia, não podem jamais contar com o estado para proteger seus direitos individuais ou sua propriedade. Então elas gastam outro tanto contratando milícias para se proteger. Ricos e pobres fazem isso (O Globo não entende isso, acha que só as classes alta e média têm direito à segurança privada). E a polícia, como forma de auto-preservação pois ela também sabe que bandido preso hoje é bandido solto amanhã cedo, não perde a oportunidade de matar bandidos violentos. Não que eu goste deste estado de coisas. Estou meramente constatando talvez o óbvio. A culpa deste caos está na nossa elite, doente da cabeça, que acha que pobre honesto é pobre burro, que acha que a gente não pode punir severamente bandidos violentos pois eles são "vítimas da injustiça social", que apoia leis brandas até que haja "justiça social", que acredita que gente sem educação não pode ser honesta, que acha que os jornais exageram "um pouco esse negócio da violência", que não se envergonha do resultado estapafúrdio das suas opiniões, que é incapaz de ligar para o amigo político para dizer que algo de concreto tem de ser feito, que não está "nem aí" desde que os corpos sejam desovados bem longe de Ipanema.