sábado, 14 de agosto de 2004

"Todos Têm Armas"

Veja como uma população previne saques generalizados numa região devastada por um furacão sem pedir aos políticos (inutilmente) um policial em cada esquina. E o país em questão é muito mais rico que o Brasil. O artigo foi tirado do Yahoo News hoje e fala da destruição causada ontem a noite pelo furacão Charlie na região central da Florida:
[...]

He [Harry Thomas] spent the night at his friend's home but returned to the motel shortly after the storm passed on Friday to protect it from looters. "Everybody's got guns," he said.

Lines of ambulances raced into the area to transport patients from hospitals damaged by the storm. FEMA said the hurricane damaged or destroyed six hospitals in Florida.

In Port Charlotte, Terry Frye stood guard at his home on Harbor View Lane, where part of the roof collapsed and destroyed his wife's prized piano.

Frye, a Vietnam veteran, carried a 12-gauge shotgun and had a pistol tucked into his belt. He had scrawled "looters will be killed" on one side of his house and "Allstate," the name of his insurance company, on the other.

"It was a hell of a storm," said Frye, who stayed home during Charley's passage to protect the property while his wife went to a shelter.

quinta-feira, 12 de agosto de 2004

Tradição do Roubo

Se a casa de um desses futuros advogados for assaltada um dia, espero que ele se lembre de que o roubo é uma tradição brasileira que tem de ser cultivada! Note na última frase como funciona a mente dessa turma. A coisa fede.
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Calote do Dia do Pendura acaba na delegacia (Globo On-Line)

É tradição: a 11 de agosto, Dia do Advogado, o almoço dos aspirantes à carreira fica por conta dos seus futuros clientes, os donos dos restaurantes. Ontem, no entanto, os estudantes que tentaram pendurar a conta no Giuseppe Grill, na Rua da Quitanda, não convenceram os policiais da 1 DP (Centro): depois de muita confusão, 19 dos 22 amigos que comemoravam o Dia do Pendura foram autuados por fraude e serão julgados por um Juizado Especial Criminal.

A confusão começou por volta das 16h, quando o grupo que havia chegado ao restaurante decidido a seguir a tradição terminou o almoço, cuja conta foi de R$ 1.218,36. Eles cantaram, fizeram discursos e anunciaram que não iam pagar.

O gerente Paulo Almeida, que está há 8 anos no ramo, afirmou que tão logo percebeu a intenção do grupo, perguntou se o encontro estava relacionado ao Dia do Pendura:

--Se eles tivessem assumido que iriam pendurar a conta, teríamos chegado a um acordo e oferecido um almoço com restrições, como já fizemos em outras casas da rede. Eles no entanto, não só negaram, como pediram bebidas alcoólicas e o que havia de mais caro no cardápio. Polícia leva acusados em 5 carros para a delegacia Os estudantes, que não quiseram se identificar, negam. Segundo eles, o gerente logo viu do que se tratava. Eles disseram que ao fim do almoço o restaurante teve as portas trancadas e os seus funcionários lançaram ofensas e agrediram um jovem do grupo. --Recolhemos R$ 220, mas eles não aceitaram. Nos chamaram de caloteiros, de ladrões e na discussão um dos funcionários agrediu um dos colegas do grupo. Não somos ladròes. Temos dinheiro, mas não concordamos com o valor que está sendo cobrado. Se eles quiserem, podem entrar com uma ação na Vara Cível argüindo seus direitos--alegou um dos jovens, pedindo para não ser identificado.

domingo, 8 de agosto de 2004

Perseguição de Condomínios e Outros Estabelecimentos

A notícia abaixo demonstra o que, visto de fora, é uma maluca priorização de recursos: numa cidade tomada por criminosos, a polícia federal persegue a segurança informal das vítimas (além disso, que diabos a polícia federal está fazendo se metendo num assunto de nível tão local?) Agora, tão trágica quanto essa notícia é o fato de que do ponto de vista da polícia, sua ação faz perfeito sentido. Afinal, se você fosse policial federal, você iria atrás dos bandidos armados de fuzil ou atrás dos seguranças dos condomínios de luxo da Barra da Tijuca? Note os termos do artigo: "Além de condomínios, também hotéis, casas de show e shoppings estão no alvo da polícia." A esta altura a política anti-violência do governo Lula está clara:
§1 - Realizar o desarmamento unilateral das pessoas de bem para que os bandidos possam roubar de tudo--desde jóias até fazendas--sem violência.
Parágrafo Único - Punir exemplarmente as vítimas que burlaram §1 e que ofereceram resistência aos bandidos, direta ou indiretamente.

PF ENQUADRA SEGURANÇA ILEGAL (O Globo On-line, 5/8/04)

Dois condomínios foram notificados ontem pela Polícia Federal por estarem usando segurança clandestina. Um deles é o Floresta Country Club, em Jacarepaguá, que teve um vigilante baleado na semana passada, supostamente ao reagir a um assalto à síndica Andrea Negri, na Barra da Tijuca. Durante o tiroteio, o aposentado Josias Tavares, que estava numa praça, foi morto por uma bala perdida. De acordo com a PF, havia 12 pessoas trabalhando, sem qualquer registro, como segurança no condomínio, que fica na Estrada de Jacarepaguá. Não foram encontradas armas. Também havia seguranças clandestinos no Pedra de Itaúna, na Avenida das Américas, na Barra.Outros dois condomínios fiscalizados, o Water Ways e o Barra Golden Green, ambos na Avenida Sernambetiba, também na Barra, não tinham irregularidades. Os dois trabalham com empresas particulares de segurança.

[...]

De acordo com o chefe de operações da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) da PF, delegado Alcyr Vidal, a fiscalização será permanente a partir de agora. Além de condomínios, também hotéis, casas de shows e shoppings estão no alvo da polícia. Segundo o delegado, o número de entidades com vigilância registrada na cidade é muito pequeno. [...]