quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Graças a "ECA" (Estatuto da Criança e do Adolescente), Assim Se Comportam os Monstros com Menos de 18

Oito desaparecidos de favela foram mutilados

Ana Wambier, O Globo Online, 25/1/06

Contando detalhes das torturas a que foram submetidos os oito jovens de Vigário Geral seqüestrados, na madrugada de 13 de dezembro passado, por uma quadrilha da rival Favela de Parada de Lucas, o menor X. participou da reconstituição do crime ontem à tarde. Preso desde o dia 14 de dezembro, ele disse ter ajudado nas sessões de mutilação.

Dos oito jovens levados ? e que ainda estão desaparecidos ? a polícia diz ter absoluta certeza de que pelo menos dois não tinham qualquer relação com o tráfico de drogas. Mesmo assim, disse o delegado da 38 DP (Brás de Pina), Marcos Neves, os dois foram submetidos a torturas.

Menor sorriu e ameaçou família dos seqüestrados

O menor repetiu para os policiais o percurso que ele e os traficantes de Parada de Lucas teriam feito com as oito vítimas seqüestradas. Mostrou as casas de onde os jovens foram retirados à força, em Vigário Geral, e depois o local para onde foram levados. As vítimas foram espancadas e depois sofreram as mutilações numa casa num beco conhecido como Botafogo, em Parada de Lucas.

Segundo sua descrição, primeiro cortaram a língua dos rapazes; depois, cada um dos dedos das mãos; em seguida, as orelhas e, por último, o nariz.

Sempre com um sorriso no rosto, fazendo gestos intimidadores e ameaçando as famílias das vítimas que acompanharam a reconstituição, X. ainda levou os policiais ao lugar em que os jovens teriam sido vistos com vida pela última vez, numa casa na beira do Rio Acari, próximo a um chiqueiro. As vítimas teriam sido entregues a um homem conhecido como Açougueiro. Daí em diante, X. diz não saber o que aconteceu com os jovens.

O trajeto mostrado por X. coincidiu com o indicado mais cedo por um dos sobreviventes. Ele fez a reconstituição usando um capuz, uma capa preta e um colete à prova de balas.