segunda-feira, 25 de junho de 2007

Frase do Ano

Empresário Ludovico Ramalho, pai de Rubens Arruda, 19 anos, um dos acusados de surrar uma empregada doméstica num ponto de ônibus na praia da Barra da Tijuca último sábado:
"Eu queria dizer que nós, pais, não temos culpa disso. Eles cometeram um erro? Cometeram. Mas não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presos. Botar eles numa Polinter? Desnecessário!"

Oh Ludovico, seu filho foi um dos que arrebentou o rosto de um ser humano. O senhor já considerou o transtorno que a surra que o seu filho deu está causando na vida da vítima? O senhor realmente acha que crimes como esse não devem ser punidos com alguns anos de prisão por causa do "transtorno" que causaria à vida do agressor? O senhor já pensou por um segundo quantas outras pessoas inocentes terão suas vidas transtornadas se seu filho sair-se impune desta barbárie? Fala sério... Diga para o seu filho pagar pelos erros dele feito um homem. O sujeito tem dezenove anos na cara! Num momento em que a sociedade quer baixar a maioridade penal para punir adolescentes violentos, você vem chamar seu filho de dezenove anos de criança? Pelo amor de Deus... Sua arrogância já explica em boa parte a merda que o seu filho fez sábado. "Crianças" feito a sua proliferam pela Barra, destruindo churrascos, boates, condomínios, graças à completa impunidade com que o nosso sistema de Injustiça trata qualquer assunto. Chega, não é possível.

domingo, 25 de março de 2007

Robson Caveirinha, Sequestrador e Assassino, Morto

Robson Roque da Cunha, o Robson Caveirinha, condenado por sequestro e homícidio em 1990 e solto pela justiça em janeiro deste ano por já ter cumprido 1/3 da sua pena de 46 anos, foi morto pela polícia sexta-feira. Era um final previsível. A polícia sabe que se entregar à justiça um elemento desses vivo, ele em curto prazo será solto para matar civis e policiais. Então o jeito é prender o sujeito de preferência morto. Os que acham isso um horror--o fim do 'estado de direito'--devem se perguntar se é possível a existência do estado de direito num país onde pessoas condenadas por múltiplos crimes violentos são soltas pela própria justiça após 17 anos. Eu acredito fortemente que não. No Brasil não existe estado de direito porque o estado no Brasil existe para 1) sugar impostos do povo para alimentar a si próprio e para 2) guarantir a liberdade de bandidos e de inadimplentes. As pessoas de bem, que pagam suas contas e seus impostos em dia, não podem jamais contar com o estado para proteger seus direitos individuais ou sua propriedade. Então elas gastam outro tanto contratando milícias para se proteger. Ricos e pobres fazem isso (O Globo não entende isso, acha que só as classes alta e média têm direito à segurança privada). E a polícia, como forma de auto-preservação pois ela também sabe que bandido preso hoje é bandido solto amanhã cedo, não perde a oportunidade de matar bandidos violentos. Não que eu goste deste estado de coisas. Estou meramente constatando talvez o óbvio. A culpa deste caos está na nossa elite, doente da cabeça, que acha que pobre honesto é pobre burro, que acha que a gente não pode punir severamente bandidos violentos pois eles são "vítimas da injustiça social", que apoia leis brandas até que haja "justiça social", que acredita que gente sem educação não pode ser honesta, que acha que os jornais exageram "um pouco esse negócio da violência", que não se envergonha do resultado estapafúrdio das suas opiniões, que é incapaz de ligar para o amigo político para dizer que algo de concreto tem de ser feito, que não está "nem aí" desde que os corpos sejam desovados bem longe de Ipanema.

sábado, 24 de março de 2007

"Educação é arma contra o crime" = Falácia

Se educação é arma contra o crime, porque há tanto bandido no Congresso? Aquela turma é educada e não adiantou nada. E a recíproca é verdadeira: 99% das pessoas com pouca educação são pessoas honestas. Essa história da educação ser uma arma contra o crime é papo furadíssimo, papo de governante que não quer punir bandido. Não que eu tenha algo contra a educação--pelo contrário. Reconheço que nossas escolas públicas são um lixo, talvez as piores do mundo. Deveriam ser privatizadas com um programa de vale-educação, onde as crianças pobres comprariam educação em instituições privadas. Custaria muito menos por aluno ao governo e a qualidade seria infinitamente melhor (já que a qualidade atual é quase inexistente). A educação deve ser melhorada por um simples motivo: Para melhorar o nível de vida dos pobres. Mas se a impunidade atual continuar, educação melhor não diminuirá a violência.

Há duas armas realmente contra o crime:
1. Tempo numa penitenciária;
2. Um AR-15 com um pente de 30 balas.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Interpretação da Decisão Judicial

Hoje é um novo dia, o que nos possibilita tomar conhecimento de mais um caso de bandido que fugiu do regime semi-aberto para matar, roubar, furtar, ferir, estuprar etc. Que maravilha. Pagamos milhões e milhões de reais para um bando de legisladores estúpidos passarem leis estúpidas. Depois pagamos outros tantos milhões para um bando de juízes estúpidos interpretarem estupidamente essas leis estúpidas. O resultado é o Brasil, onde a lei da impunidade parece ser uma lei da física, uma força tão forte, mensurável e constante quanto a lei da gravidade. Até o Oswaldo Araújo, que provavelmente nem terminou o primeiro grau, consegue interpretar de forma concisa e brilhante a decisão do juiz.

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O Globo Online - 21/03/2007
RIO - Policiais da Delegacia de Homicídios da Zona Oeste prenderam, no início da tarde desta quarta-feira, Oswaldo de Souza Araújo, conhecido como Chiquinho do Ouro, acusado de envolvimento no seqüestro do empresário Roberto Medina, na década de 90. Foragido há três meses do Presídio Vieira Ferreira Neto, em Niterói, na delegacia, Oswaldo falou tranqüilamente sobre sua extensa ficha criminal. São 29 anotações, a maioria por roubo. Durante seus 21 anos de cadeia, passou por quatro presídios.

Ele se orgulha de ter fugido de todos. A última fuga sequer consta do sistema penitenciário, segundo o delegado Paulo Henrique Silva Pinto, titular da DH-Oeste. Além do assalto de ontem, Oswaldo é suspeito de ter praticado outras duas “saidinhas de banco” na região. O delegado espera que as vítimas façam o reconhecimento.

O criminoso disse que estava preso em regime semi-aberto, mas isso não consta da sua ficha, segundo o delegado. Sobre a fuga, Oswaldo foi irônico:
— O juiz me mandou sair e voltar à noite. Nunca vi passarinho ficar preso durante anos e voltar para a gaiola. Eu é que não ia bater na porta do presídio para voltar.

Segundo os policiais, Oswaldo foi preso dentro de um ônibus, na Estrada do Mendanha, em Campo Grande, depois de render uma pessoa que acabara de sacar R$ 2 mil de uma agência bancária. O acusado chegou a atirar contra o pé da vítima, mas a bala apenas atingiu o tênis, não perfurando o pé. A arma travou e os demais passageiros reagiram e o contiveram. Os policiais passavam na rua no mesmo momento e o prenderam. Além da pistola calibre .40, roubada de um policial civil, ele portava uma identidade falsa. Oswaldo já foi condenado a 110 anos de prisão por vários crimes e tinha um total de 16 mandados contra ele. O preso será levado para a Delegacia de Homicídios da Zona Oeste, em Campo Grande.

Outro integrante da quadrilha que manteve em cativeiro por 15 dias o empresário Roberto Medina, Robson Roque da Cunha, o Robson Caveirinha, de 40 anos, é considerado foragido desde 24 de janeiro. Ele foi liberado do Presídio Edgar Costa, em Niterói, na manhã do dia 22, para visitar a família, e não voltou para a unidade. O benefício da visita ao lar, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), foi concedido pelo juiz auxiliar da Vara de Execuções Penais (VEP), Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Sistema de Injustiça: Exemplos de Como Se Destrói Uma Sociedade

Saiu hoje nos jornais que o nosso magnífico sistema de injustiça soltou um dos maiores sequestradores dos anos 90, o Robson Roque da Cunha, 40 anos--carinhosamente conhecido como "Robson Caveirinha"--, para "visitar a família". Surpreendentemente, ele não voltou! O benefício foi concedido pelo juiz auxiliar Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da Vara de Execuções Penais (mais conhecida como a "Vara de Exceções Penais") . Sensacional, Carlos Eduardo! Quem sabe você ou o seu pai não tem o privilégio de se hospedar com a família do Robson? Ele já recebeu hóspedes ilustres, como o Roberto Medina, que pagou ao Robson US$2,5 milhões antes de voltar para casa. Para um juiz essa quantia não deve ser nada, afinal sabemos que pessoas brilhantes como você recebem dos contribuintes uma baba para tomar decisões que tanto beneficiam a sociedade! Mais sensacional ainda: Dois meses antes de ser libertado, um inquérito da 12a DP (Copacabana) pediu a prisão do Robson por ele chefiar o tráfico nos morros Pavão-Pavãozinho e Chapéu Mangueira, e na Favela do Dique. Apesar da investigação ter constatado a influência desta figura, então presa, a promotora Simone Coachman não aceitou o pedido de prisão de Caveirinha. Robson havia sido condenado a 46 anos de prisão por sequestro e assassinato e foi liberado segunda-feira do Presídio Edgar Costa, Niterói. Aparentemente ao sair ele disse "Hasta la vista, baby". Segundo O Globo, a liberação de Caveirinha foi comemorada com queima de fogos no Pavão-Pavãozinho e Chapéu Mangueira. Só não se sabe se os fogos eram para homenagear também o Carlos Eduardo e a Simone Cockroachman.

A soltura voluntária do Caveirinha se dá logo após a soltura volutária do Marcelo Soares de Medeiros, o "Marcelo PQD". O PQD saiu do Presídio Edgar Costa para levar bombons para parentes e, sem nenhuma razão aparente, não voltou! Juízes da Vara de Exceções Penais ficaram comovidos com a notícia e estão planejando uma vigília pela paz na Candelária. Uma busca de 3 milésimos de segundo no Google indica que o PQD foi preso em 1998 numa fortaleza no Morro do Dendê com granadas, pistolas, escopetas e cocaína. Oito anos depois nossos maravilhosos juízes, que quase não pesam na sociedade, liberaram esta figura para ele "visitar parentes".

O Globo conta que falta pouco também para o sequestrador e traficante Adlas Ferreira, o "Adão de Vigário Geral", ser solto para visitar "só por dois diaszinhos" primos distantes, segundo ele. Adão está preso na Penitenciária Benjamin de Moraes Filho, no Complexo de Gericinó. Ele aguarda que sua ação seja enviada à Vara de Exceções Penais. A Vara então providenciará um tapete vermelho, uma limosine e uma banda para homenagear a saída "temporária" do Adão.

Bom, acho que qualquer cidadão com um QI de mais de dois dígitos sabe que uma sociedade que trata seus bandidos mais violentos desta maneira vai mergulhar ou já mergulhou no caos. E espero que a essa altura aqueles que acreditam que o cidadão de bem não deve ter o direito de se defender com armas agora entendam que o cidadão não só deve ter tal direito, mas deve também exercê-lo em sua plenitude: Com o que há de melhor em matéria de conhecimento e de armamento. Pois não tenha um mínimo de dúvida de que os bandidos estão aí para massacrá-lo e de que nossos juízes e legisladores só servem para manter bandidos nas ruas e para sugar impostos.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Free to Choose

A série Free to Choose, gravada originalmente em 1979 pelo economista Milton Friedman, está inteiramente disponível online em:
http://www.ideachannel.tv

É difícil exagerar o valor desta série na compreensão de conceitos de livre mercado. Uma pena que a vasta maioria dos estudantes de economia brasileiros nunca nem ouviram falar dela (assim como não ouviram falar de Friedrich Hayek, Bastiat, Henry Hazlitt, Thomas Sowell etc--daí em parte vem a pobreza do Brasil).

Cada um dos dez programas da série tem uma metade de meia hora com apresentação do Friedman, e na outra metade Friedman debate uma roda de representantes da sociedade americana. É excelente.