sábado, 29 de janeiro de 2005

"Meu carro está todo sujo de sangue"

Mais um dia normal na capital nacional da campanha do desarmamento das vítimas. Uma gente que resolve se extirpar do direito de autoproteção não pode ter outro destino senão a destruição e a escravidão pelos bandidos. A pena é essa gente com idéias suicidas passar leis que acabam matando os cidadãos de bem que querem se defender.
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O Globo, 29/1/05

Perseguição e tiroteio levam pânico a Copacabana
Ana Cláudia Costa

Pedestres, motoristas e comerciantes viveram momentos de pânico no início da tarde de ontem em Copacabana, depois que dois bandidos tentaram roubar o carro de um policial civil. A vítima reagiu e houve perseguição e tiroteio, do qual também participaram policiais militares. Um ladrão morreu, outro foi preso depois de atingido por cinco tiros e um PM ficou ferido. A confusão começou por volta de meio-dia, quando o inspetor da Polícia Civil José Tarle Soares, que estava parado com seu Gol na esquina das ruas Constante Ramos e Domingos Ferreira, foi abordado por um dos criminosos. O policial reagiu e um bandido que estava atrás da vítima fez dois disparos, que atingiram o pára-brisa. Bandido tentou fugir entrando em táxi O policial civil começou então a perseguir um dos ladrões, que fugiu pela Rua Domingos Ferreira, e o baleou nas costas. Fernando de Oliveira Henrique, de 24 anos, caiu morto em frente ao número 178. O outro bandido, Cristiano de Souza de França, de 30 anos, fugiu pela Rua Constante Ramos e se deparou com PMs do Batalhão de Turismo que faziam ronda na área. Houve troca tiros e o policial militar Igor Lima de Farias foi atingido por dois disparos na virilha. Baleado, Cristiano ainda tentou fugir entrando num táxi que estava parado num ponto da Rua Bolívar. O sargento da PM Paulo Cesar Almeida, no entanto, interceptou o táxi e houve nova troca de tiros, dessa vez na esquina da Rua Bolívar com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana. O criminoso foi atingido na perna e no braço quando estava em frente ao supermercado Zona Sul na Nossa Senhora de Copacabana. Na hora da tentativa de assalto ao inspetor, houve pânico entre pedestres e comerciantes da área. A mercearia na esquina das ruas Constante Ramos e Domingos Ferreira serviu de abrigo a pedesters. Segundo o proprietário da Casa Beatrice, Irineu Monteiro, as pessoas se esconderam atrás do balcão da loja. --Trabalho aqui há 20 anos e nunca vi uma cena dessa em Copacabana. O barulho dos tiros era ensurdecedor. As pessoas corriam desesperadas. Fiquei com medo de algum inocente ser atingido--disse o comerciante. Em meio ao tiroteio, uma funcionária de um chaveiro que também fica na esquina da Constante Ramos com a Domingos Ferreira escondeu-se atrás de um quiosque. Sem querer se identificar, ela contou que não viu o assalto, mas ouviu os tiros e procurou abrigo. --Foram muitos tiros. Nunca vi isso numa rua de Copacabana. Só tive tempo de me abaixar para me proteger. Ouvi gritos e correria--contou. "Meu carro está todo sujo de sangue", diz taxista Ainda assustado, o taxista Flávio Criscuolo, de 70 anos, contou que um dos bandidos chegou ao ponto da Rua Bolívar armado e baleado. Flávio disse que o criminoso entrou no táxi e ordenou a ele que saísse em disparada. --O bandido entrou no carro e disse para eu sair rapidamente. Eu consegui enrolar o assaltante e o policial percebeu tudo e o rendeu. Meu carro está todo sujo de sangue--contou o taxista. Na delegacia, o inspetor José Tarle Soares, que é lotado na Polinter, não quis dar declarações. O comandante do 19 BPM (Copacabana), coronel Dario Cony, que foi ao local, disse que seus policiais agiram de forma correta e evitaram que pedestres fossem feridos. A polícia apreendeu dois revólveres calibre 38 que estavam com os bandidos.